domingo, 21 de março de 2010

Sobre artigo de Márcio Garcia em Valor

TANGENCIANDO AS QUESTÕES– Húmus para o segundo tempo da crise

Giuseppe Brandoni/ Salvador Sícoli Filho – 14/03/10

Quando dois economistas discutem, há pelo menos três opiniões distintas! Sói,com sorte acontece de alguma delas ser factível.

Algumas observações se impõem em quanto ao alentado e neologístico título do artigo de Márcio Garcia “Húbris pós crise” em Valor de 13/03/10.

Ressalvadas as restrições do Aurélio devem ser ressaltadas as verdades absolutas em quanto aos tradicionais e bem regados cochilos do inebriante governo atual. Medidas contracíclicas emergenciais se tornaram práticas rotineiras e sem se ter uma rota de fuga, vamos enveredando no labirinto urdido pelos interesses eleitoreiros do governo.

O articulista surpreende e posiciona bem tais riscos.

É patente, nítido e insofismável no entanto que, graças à proteção excessiva que todos os governantes dedicam filialmente aos bancos, é que essas instituições não foram a pique aqui quando da monumental crise parida do sub-prime americano. Ou por que o UNIBANCO ligado a AIG e ao UBS teve de ser socorrido às pressas? A seguradora americana em coma e o tradicionalíssimo reduto dos caixa-dois dos milionários do mundo respirando por aparelhos. E qual o banco médio nacional não teve o guarda-chuvas protetor do magnânimo BNDES ou do super BB?

Veja-se que agora o lobby das casas bancárias semeia entre economistas e analistas a necessidade de aumentar de novo a taxa SELIC, ou seja, eles inventam e semeiam no ar a volta da inflação para que essa aconteça mesmo.

Filme antigo com novos atores. Na direção o poderoso banqueiro de Ignacius.

Quanto à crise, aliás, poderá voltar mais adiante, estou certo de que mais cedo do que se espera e com força redobrada. È só ver a situação da Europa, à mercê absolutamente dos passos da resoluta Angela Merckel. Hoje são os porcos na lama do endividamento e do déficit fiscal. Apropriadamente reunidos os PIIGS no charco comum. Amanhã será a incompatibilidade de se manterem em regime engordam suas dívidas com a moeda única. Parceiros separados pela angústia existencial de viabilizar condutos que os tirem do estrangulamento pela via da desvalorização urgente de uma moeda que se não lhes pertence isoladamente. Saudades da peseta, da lira pungente onde se embalavam orgias de gastos temerários. Escudos não faltavam. Agora buscam se escudar nas calendas gregas.

Mas voltando ao articulista, que não faz jus à piada pois sai da teoria e coloca os pés no chão estocando, embora superficialmente, no que tem razão: a forma temerária com que o governo do Messias irresponsavelmente gasta o dinheiro público e que poderá nos causar sérios danos.

Principalmente se pessoas despreparadas intelectualmente e curtidas na arbitrariedade de práticas delituosas no passado encastelam-s e no aparelhamento brutal e se tornaram ao longo do tempo dirigentes prepotentes. Escondem nos cargos chegados ao acaso, para se tornarem dirigentes do país de maioria imbecil que bate palma para garganteadores ungidos por uma descomunal hipocrisia e conteúdo maior de sorte. Ou este não foi o maior governo da política do laissez-faire nunca dantes vista nesse país e que se apoderou da semeadura árdua e entre tormentas de governos anteriores?

É muito fácil aproveitar frutos de gestões anteriores a absorver a autoria. Voyeurs da política imunda que tomou conta do país e produziu mensalões, Gamecorp, Renanvãs, Arrudas e um infernal número de marginais políticos que infestam o congresso tornado casa de tolerância maior.

Quem acredita no atual governo e seus despreparados ou é imbecil ou mal intencionado.

È como os políticos atuais: ou são corruptos ou são omissos e assim precavaricam devendo ser todos sem excessão perderem os mandatos.

Quem tem Dilma e Celso Amorim vicejando com líderes e trombeteando asneiras pelo ar, pelos cotovelos e recebendo encômios só pode ser colecionador de estultícias. Há muita indulgência. A imprensa escreve bem, tem articulistas bem comportados. Mas peca pela docilidade e preço baixo com que engole espécimes em liquidação como os remanescentes deste triste porém endeusado governo.

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