domingo, 12 de outubro de 2008

ARACRUZ

07.08.08 - Valor Econômico/Por Daniele Camba Mercado aprova oferta pela Aracruz
A oferta da Votorantim Celulose e Papel (VCP) pelas ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Aracruz que estão nas mãos da família Lorentzen foi o grande destaque em mais um pregão em que a recuperação deu o tom dos negócios. A VCP, que já está no capital da Aracruz com 28% das ações ONs, fez uma oferta para comprar os 28% da família Lorentzen por R$ 2,71 bilhões. Apesar do negócio ainda depender de várias etapas para ser fechado ou não, os analistas acreditam que a notícia é positiva. "O resultado será uma empresa muito maior, que poderá competir com outras companhias internacionais do setor e que deve se beneficiar com as sinergias que há com a junção dos negócios da VCP e da Aracruz", diz o estrategista de renda variável para pessoa física da Itaú Corretora, Fábio Anderaos de Araújo. Os grandes ganhadores, na visão dele, devem ser os minoritários da VCP, já que farão parte de uma nova companhia muito maior, após a incorporação da Aracruz. Ao que tudo indica, o resto do mercado também tem a mesma opinião. As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da VCP fecharam ontem em alta de 8,98%, a maior valorização do Índice Bovespa, que subiu 1,92% aos 57.542 pontos. Já os papéis da Aracruz não tiveram a mesma felicidade. As PNs série B da companhia caíram 0,19% e as ordinárias despencaram nada menos que 26,17%, a maior queda da bolsa inteira. No caso das preferenciais, um dos principais motivos da queda é a relação de troca que será proposta - entre 0,22 e 0,24 da VCP para cada ação da Aracruz -, que representa menos do que os papéis da Aracruz valiam no mercado. Vale lembrar também que a VCP deve ter interesse em fechar o capital da Aracruz, o que também significa mais uma dúvida sobre qual será o tratamento dispensando aos minoritários da companhia. No caso das ordinárias da Aracruz, apesar da baixíssima liquidez que os papéis têm em bolsa, a grande queda ocorreu porque a VCP já disse que não haverá extensão da oferta aos minoritários donos de ONs da companhia (o "tag along"). Isso provocou uma certa confusão no mercado, já que até então os investidores acreditavam que o negócio se configurava como uma troca de controle, portanto, com direito ao "tag along", previsto pela Lei das Sociedades por Ações (S.A.). A Associação dos Investidores do Mercado de Capitais (Amec) já está de olho no tema, segundo apurou a repórter Graziella Valenti. Edison Garcia, superintendente da entidade, disse que vai avaliar a questão. Na opinião dele, há espaço para discussão, uma vez que o acordo de acionista da Aracruz venceu em maio e, desde então, o único documento que regia o comando da empresa era entre o Grupo Safra e a família Lorentzen, sem participação da VCP. As companhias, porém, já afirmaram e reafirmaram o entendimento de que não há oferta aos minoritários. Os analistas lembram que ainda é precipitado dar o negócio como certo. O Grupo Safra, que conta com um acordo de acionistas com a família Lorentzen, tem 90 dias para se manifestar se concorda ou não com o negócio. Os profissionais acreditam ser bem pouco provável o Grupo Safra emperrar a oferta. "Não vemos motivo para o Safra atrapalhar os planos da VCP, já que não demonstra ser comprador... por ser um grupo financeiro, é esperado que uma hora ou outra realize os lucros deste investimento", diz a Link Investimentos, em relatório.

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